O Ramal do Salgado já começa a transformar o cenário da segurança hídrica no Ceará. Nesta quinta-feira (25), uma equipe da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica (SNSH), do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), esteve em Ipaumirim (CE) para acompanhar o avanço das frentes de serviço e alinhar os próximos passos da obra, que integra o Novo PAC e o Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF).
Com 35 km de extensão, o Ramal do Salgado é o Trecho III do PISF e deriva do Ramal do Apodi, na divisa entre a Paraíba e o Ceará. O empreendimento já conta com 20,54% de avanço físico e mobiliza atualmente mais de 870 trabalhadores e 220 equipamentos, o que tem garantido ritmo acelerado às obras.
De acordo com o secretário nacional de Segurança Hídrica, Giuseppe Vieira, o projeto é estratégico para o Ceará. “Trata-se de um empreendimento do Novo PAC, que teve a ordem de serviço assinada pelo presidente Lula no ano passado. Hoje essa obra já tem mais de 20% de avanço físico, com 874 funcionários contratados e mais de 220 equipamentos mobilizados, garantindo que ela avance e leve segurança hídrica para o estado do Ceará”, destacou.
O sistema é composto por canais, aquedutos, galerias e túnel, e terá papel fundamental na integração hídrica regional. Segundo Vieira, o Ramal do Salgado vai trazer as águas do Rio São Francisco, através do Ramal do Apodi, para a bacia do Salgado, fortalecendo o abastecimento do Açude Castanhão — reservatório estratégico para o estado e responsável pelo fornecimento de água à Região Metropolitana de Fortaleza. “Esse empreendimento vai beneficiar mais de 50 municípios cearenses e cerca de 5 milhões de habitantes”, ressaltou.
O investimento previsto para o Ramal do Salgado é de R$ 600 milhões, incluindo obras civis, equipamentos eletromecânicos, supervisão, gerenciamento, projetos e ações ambientais. A iniciativa contempla ainda 24 programas ambientais sob supervisão do Ibama e acompanhamento do MIDR, com medidas para mitigar e compensar impactos socioambientais.
O PISF é considerado a maior iniciativa hídrica da América Latina. Com cerca de 700 km de extensão, distribuídos entre os Eixos Norte e Leste e seus ramais, o projeto leva água do Velho Chico para regiões historicamente marcadas pela seca. Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte estão entre os estados beneficiados, com ganhos diretos para o abastecimento humano, atividades produtivas e desenvolvimento regional.