A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (28/8) duas operações simultâneas para desarticular esquemas de lavagem de dinheiro ligados à cadeia de combustíveis. Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de prisão e 54 de busca e apreensão. Os bloqueios e sequestros patrimoniais somam mais de R$ 2,2 bilhões. A Receita Federal atuou em apoio.
Na Operação Quasar, os agentes miram uma organização que, segundo as investigações, usava fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita e blindar bens. A estrutura teria múltiplas camadas societárias e transações simuladas entre empresas do mesmo grupo, sem propósito econômico real. A Justiça Federal determinou o sequestro integral dos fundos usados no esquema e o bloqueio de bens e valores até R$ 1,2 bilhão. Doze mandados de busca e apreensão foram cumpridos em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto.
A Operação Tank tem foco no Paraná, com desdobramentos em São Paulo e Rio. A PF apura uma rede de lavagem que atuaria desde 2019. Pelo menos R$ 600 milhões teriam sido lavados, com movimentação superior a R$ 23 bilhões por meio de centenas de empresas, incluindo postos, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento. As medidas judiciais atingem 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, com constrição patrimonial acima de R$ 1 bilhão. Foram cumpridos 14 mandados de prisão e 42 de busca.
Os investigadores também apontam fraudes na venda de combustíveis. Em Curitiba, ao menos 46 postos são suspeitos de adulterar gasolina e praticar a chamada “bomba baixa”, quando o volume abastecido é menor do que o indicado.
Segundo a PF, o objetivo é estrangular financeiramente as organizações, recuperar valores desviados e coibir a infiltração do crime no mercado. As apurações continuam e podem alcançar outros estados.