O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (27) que o Governo Federal está “colocando o pobre no Orçamento e o rico no Imposto de Renda”. A declaração foi dada em entrevista ao programa Balanço Geral Minas Gerais, da TV Record, ao defender a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação sobre os mais ricos.
Segundo o presidente, a proposta em análise no Congresso pode beneficiar cerca de 10 milhões de brasileiros, com compensação feita pela cobrança de até 10% sobre aproximadamente 141 mil contribuintes que recebem mais de R$ 600 mil por ano.
Apesar do discurso de justiça social, a política anunciada levanta críticas. Economistas e representantes do setor produtivo alertam que a retórica de “tributar os ricos” pode, na prática, desestimular investimentos, reduzir a competitividade do país e comprometer a sobrevivência da classe média. O risco apontado é que, ao apertar quem produz e gera emprego, o governo acabe criando um cenário em que haverá não apenas os pobres de hoje, mas também novos pobres entre os empreendedores e trabalhadores que ascenderam socialmente.
Reforma tributária e contradições
Lula destacou ainda a aprovação da reforma tributária, prevista para entrar em vigor em 2027, e prometeu que a cesta básica, incluindo carnes, deixará de pagar impostos. No entanto, especialistas afirmam que a transição pode aumentar custos em outros setores, atingindo justamente quem mais depende da renda do trabalho e de pequenos negócios para sobreviver.
A crítica central é que o governo vende a ideia de combater desigualdades, mas sua política fiscal pode acabar nivelando a sociedade por baixo, transformando potenciais empreendedores e profissionais de classe média em novos pobres.