O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta terça-feira (23/9), em Nova York, que a COP 30, que será realizada em Belém em 2025, será a “COP da verdade”. A declaração foi feita durante o discurso de abertura da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
Lula destacou que 2024 foi o ano mais quente da história e reforçou a urgência de implementar o Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global a 1,5°C. “Será o momento de os líderes mundiais provarem a seriedade de seu compromisso com o planeta. O Brasil se comprometeu a reduzir entre 59% e 67% suas emissões, abrangendo todos os gases de efeito estufa e todos os setores da economia”, disse o presidente, ao cobrar dos países a apresentação de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).
O presidente também ressaltou a importância do financiamento para países do Sul Global. Segundo ele, “não se trata de caridade, mas de justiça”, uma vez que nações em desenvolvimento enfrentam os efeitos da crise climática ao mesmo tempo em que lidam com desafios sociais e econômicos.
Lula destacou ainda a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), iniciativa do Brasil para remunerar países que preservam suas florestas. “O Brasil já reduziu pela metade o desmatamento na Amazônia nos dois últimos anos. Erradicá-lo requer garantir condições dignas de vida para seus milhões de habitantes”, afirmou.
O chefe de Estado finalizou cobrando maior prioridade para o tema dentro da ONU. “É chegado o momento de passar da fase de negociação para a etapa de implementação. O mundo deve muito ao regime criado pela Convenção do Clima. Mas é necessário trazer o combate à mudança do clima para o coração da ONU”, defendeu Lula, sugerindo a criação de um Conselho vinculado à Assembleia Geral para monitorar compromissos climáticos.