O Ibovespa B3 encerrou o pregão desta sexta-feira (11) em queda de 0,41%, aos 136.187,31 pontos, refletindo mais um dia de tensão nos mercados após a escalada das tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No acumulado da semana, o principal índice da bolsa brasileira recuou 3,59%.
O movimento foi influenciado pela continuidade do chamado “tarifaço” de Trump, que nesta sexta afirmou que pretende taxar as importações do Canadá em 35% e ameaçou impor tarifas ainda mais agressivas contra a União Europeia. As declarações ampliaram o sentimento global de aversão ao risco, levando bolsas ao redor do mundo a registrarem perdas diante da perspectiva de desaceleração do crescimento econômico global.
Na quarta-feira (9), Trump já havia anunciado a tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, o que provocou forte reação do governo brasileiro e de setores produtivos. Desde então, o mercado tem reagido negativamente à escalada protecionista dos Estados Unidos.
Além das preocupações internacionais, os investidores também repercutiram dados divulgados nesta sexta pelo IBGE, que mostraram crescimento de 0,1% no setor de serviços em maio. Foi o quarto avanço mensal consecutivo, mas o ritmo moderado contribuiu para manter a cautela entre os agentes econômicos.
Dólar fecha em leve alta, mas acumula força na semana
No mercado de câmbio, o dólar comercial teve valorização discreta de 0,10% nesta sexta-feira, encerrando o dia cotado a R$ 5,54. Apesar do avanço tímido, a moeda norte-americana seguiu pressionada pela busca global por segurança em meio às incertezas comerciais.
“O anúncio dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros aumentou a aversão ao risco e pressionou as moedas emergentes. Com a expectativa de novas medidas contra a União Europeia e a continuidade da saída de capital estrangeiro, há uma maior demanda por dólar”, explicou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
No cenário internacional, o índice DXY — que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas — avançou 0,21% nesta sexta e acumula alta de 2,28% na semana, refletindo o fortalecimento da divisa americana diante da instabilidade geopolítica e econômica.
Com os mercados em alerta e os investidores atentos às movimentações da Casa Branca, a próxima semana deve seguir marcada pela volatilidade, principalmente se novos desdobramentos surgirem sobre as medidas protecionistas e suas repercussões nas economias emergentes.