O governo federal criou nesta segunda-feira (14) o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, responsável por adotar medidas de proteção à economia brasileira diante de ações comerciais consideradas prejudiciais, como as anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A formalização do comitê será feita por meio de decreto que regulamenta a recém-sancionada Lei de Reciprocidade Econômica (Lei 15.122/2025). A presidência do grupo ficará com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin. Também integram o comitê os ministros Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda). Outros ministros poderão ser convocados conforme os temas discutidos.
A primeira tarefa do comitê será escutar representantes dos setores produtivos para avaliar os impactos da tarifa de 50% que Trump pretende aplicar a todos os produtos brasileiros exportados para os EUA a partir de 1º de agosto.
A primeira reunião do comitê será realizada nesta terça-feira (15), às 10h, com representantes da indústria. Ainda no mesmo dia, ocorrerá uma segunda reunião com o setor do agronegócio, diretamente impactado pela medida americana.
Segundo o governo, o objetivo é mapear as implicações econômicas da taxação, definir possíveis contramedidas e coordenar esforços diplomáticos e jurídicos em defesa dos interesses brasileiros.
Em 6 de março, o vice-presidente Geraldo Alckmin participou de uma videoconferência com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e com o embaixador Jamieson Greer, representante de Comércio do país. Na ocasião, foi aberto um canal de diálogo para tratar da agenda bilateral e das políticas tarifárias norte-americanas.
O Itamaraty e o MDIC têm mantido conversas constantes com autoridades americanas e representantes do setor privado nacional para tentar reverter as sanções e minimizar seus impactos.
Alckmin tem reiterado que o Brasil está comprometido com o diálogo e a cooperação comercial, destacando que as economias dos dois países são complementares. O vice-presidente reforça que a estratégia brasileira é pautada pela defesa dos produtores nacionais, pelo fortalecimento das empresas e pelas boas práticas internacionais de comércio.