Apesar da queda nos preços internacionais dos alimentos, o agronegócio brasileiro registrou exportações de US$ 82 bilhões no primeiro semestre de 2025, valor praticamente estável em relação ao mesmo período do ano passado, com leve recuo de 0,2%. O setor foi responsável por 49,5% de todas as vendas externas do Brasil no período, reforçando sua relevância para a balança comercial.
Em junho, as exportações do agro somaram US$ 14,6 bilhões, queda de 3,6% na comparação com o mesmo mês de 2024. A retração foi puxada principalmente pela baixa nos preços médios dos produtos brasileiros no exterior, em linha com a desvalorização global de alimentos. O índice de alimentos do Banco Mundial apontou queda de 7,3% nos últimos 12 meses.
Mesmo diante do cenário adverso, produtos como celulose, café verde, carne bovina in natura e suco de laranja se destacaram. A celulose teve volume recorde exportado no mês, com crescimento de 16,8%. Já a carne bovina bateu recorde histórico de vendas mensais, com US$ 1,3 bilhão embarcados.
A China manteve a liderança como principal destino das exportações do agro brasileiro, com US$ 5,88 bilhões em compras em junho, o equivalente a 40,3% da pauta. União Europeia e Estados Unidos vieram em seguida, com US$ 1,9 bilhão e US$ 1,04 bilhão, respectivamente.
Entre os produtos, a soja em grãos continua sendo o item mais exportado, com US$ 25,4 bilhões no semestre, apesar da queda de 8,9% em valor. O volume embarcado, no entanto, foi recorde: 64,9 milhões de toneladas. A China comprou 77% desse total.
O café verde subiu para a segunda posição entre os produtos mais exportados do agro, com US$ 7,2 bilhões, alta de 47,4%. Mesmo com queda de 17,5% no volume embarcado, os preços elevados compensaram a diferença. A União Europeia foi o principal destino, seguida por Estados Unidos e Japão.
Outro destaque foi a carne bovina in natura, que somou US$ 6,6 bilhões no semestre, um aumento de 27,7%. O principal comprador também foi a China, com US$ 3,2 bilhões, seguida por Estados Unidos, Chile, União Europeia e México.
A celulose aparece em seguida, com US$ 5,4 bilhões exportados no semestre, crescimento de 8,5%. O açúcar de cana em bruto completou a lista dos cinco produtos mais vendidos, com US$ 5 bilhões, embora com queda de 29,5% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
No setor de carnes, as exportações de frango in natura somaram US$ 4,2 bilhões, influenciadas negativamente pelos embargos decorrentes de um caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul. As vendas externas da carne suína, por outro lado, tiveram recorde, com US$ 1,6 bilhão exportados, alta de 32,5%.
A pauta diversificada e o reconhecimento internacional, como a certificação do Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação, ajudam a reforçar a imagem do país como fornecedor confiável de alimentos. Segundo o Ministério da Agricultura, o objetivo é continuar expandindo mercados, agregando valor à produção e valorizando todos os perfis de produtores rurais.