Diante da escalada da violência em Fortaleza, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, anunciou nesta quarta-feira novas medidas para enfrentar o crime. O pacote inclui mais operações policiais, reforço de equipes e fiscalização sobre presos monitorados por tornozeleiras. No entanto, o governo repete estratégias que já fracassaram em conter o avanço das facções criminosas na capital.
As ações foram definidas em reunião no Palácio da Abolição com o secretário da Segurança Pública, Roberto Sá; o comandante da Polícia Militar, coronel Sinval Sampaio; o delegado-geral da Polícia Civil, Márcio Gutierrez; e o secretário da Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque. Apesar do anúncio, a população continua refém da criminalidade, e os índices de violência seguem em alta.
Elmano prometeu dobrar o número de operações policiais em toda a cidade, com foco nas áreas de maior conflito, mas sem apresentar prazos claros para resultados. As equipes de investigação e inteligência serão ampliadas, e a Polícia Penal foi orientada a intensificar o monitoramento de presos com tornozeleiras, que já provaram ser ineficazes em diversos casos.
“Serão dadas respostas duras a esses criminosos e a esses crimes, a maioria praticada por questões envolvendo brigas e disputas de facções”, declarou o governador. Mas, na prática, a insegurança permanece e o medo domina os bairros afetados pela violência.
Outra medida é o aumento do número de horas extras para agentes de segurança, uma solução paliativa que não resolve o problema estrutural de falta de efetivo e recursos. O governo também promete agilidade em processos e mandados de busca e apreensão, mas depende da parceria com o Ministério Público e o Judiciário, que operam com limitações próprias.
Elmano afirmou que mantém conversas com polícias de outros estados para combater facções que atuam além das fronteiras do Ceará. Mas, enquanto isso, moradores de Fortaleza convivem com tiroteios, homicídios e extorsões, evidenciando a incapacidade da gestão estadual em garantir a segurança.