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O que há de novo
Autor: Pedro Paulo Paulino
Atuante tanto na literatura de cordel quanto na poesia erudita, com diversas conquistas em prêmios literários de âmbito nacional. Além de seu trabalho como escritor, ele também é redator e diagramador de jornais, revistas e livros, atuando dentro e fora de Canindé. Como radialista, Pedro Paulo apresenta um programa aos domingos, focado em resgatar sucessos da Velha Guarda.
© Pedro Paulo PaulinoAs festas populares de santo nas povoações rurais do Nordeste são representativas também da cultura e do folclore. Os oragos das capelas e igrejinhas são, claramente, de origem europeia. Exemplo da povoação de Campos, interior de Canindé, onde o padroeiro é São Roque, nascido na cidade francesa de Montpelier, no final do século 13. A imagem primitiva de Roque, trazida por um devoto ainda no surgimento do povoado, originou a festa que se realiza há mais de um século, no mês de agosto.Em todo esse período de convivência com os nativos, São Roque foi perdendo suas características…
© Kolett/IlustraçãoA cidade de Canindé ficou chocada, na noite de sexta-feira que passou, com a morte de uma criança de apenas um ano e dois meses, atropelada e esmagada pelas rodas de um carro, na rua em frente à casa em que morava. A pequena foi vítima da fatalidade e da violência a que muitas crianças e adolescentes estão sujeitos diariamente em todo o Brasil. Os números são assustadores, dando conta de que num intervalo de apenas cinco anos, registraram-se mais de 34 mil mortes violentas intencionais contra pessoas de até 19 anos.Não entremos, contudo, no mérito policial e judicial…
A cidade de Canindé completa, neste dia, 176 anos. É a data magna do município, que teve sua emancipação promulgada em 29 de julho de 1846, durante o Segundo Reinado no Brasil, sob a coroa incipiente de Pedro II, que por esse tempo foi elevado ao trono através do chamado “Golpe da Maioridade”. A jovem pátria, pós-grito da independência, contava apenas 24 anos. Presidia a então província do Ceará um coronel de nome Inácio Correia de Vasconcelos. Foi nesse cenário que começou a despontar, nos ermos do sertão, a vila de Canindé, e depois a cidade, futuro centro de devoção…
© Pedro Paulo PaulinoFoi na manhã de uma sexta-feira ainda bem recente, que recebi com alegria indizível a visita do meu amigo escritor Clauder Arcanjo. Logo na chegada, recebi de suas mãos os cumprimentos; e em seguida, autografado, o mais novo livro de sua autoria, um romance, que veio se somar aos demais livros que já saíram de sua lavra. Treze ao todo. Um conjunto de obras literárias que passeiam pelo conto, a crônica, a poesia e o romance. Trabalhos escritos na melhor fatura de todos esses gêneros literários, e afora esse detalhe, apresentados com qualidade gráfica primorosa.A razão de…
© NasaOs noticiários do mundo todo, esta semana, deram destaque a uma fantástica proeza da ciência e da tecnologia. No dia 11 de julho, foram reveladas as primeiras imagens feitas pela lente poderosa do James Webb, o mais incrível telescópio espacial, construído em parceria por agências espaciais de três países. De acordo com as informações, o sofisticado aparelho, lançado no dia de Natal de 2021, custou a bagatela de dez bilhões de dólares e está posicionado a uma distância de um milhão e meio de quilômetros da Terra, de onde ele começou a enxergar as profundezas do Universo. Daí em…
© Getty Images/IlustraçãoA boca da noite, no meio do sertão, é o momento mais simpático das vinte e quatro horas do dia. Longe das luzes e do rebuliço da cidade, temos nestas paragens a brisa aconchegante, a visão plena do céu e o silêncio absoluto da terra, entrecortado, aqui, acolá, pela cantoria dos grilos. Olhando para cima, nas noites de verão, avistam-se os astros companheiros de toda a noite: Órion, o caçador; as Três-Marias, irmãs; Sírius, em sua solidão brilhante; a Ursa Maior; o Cruzeiro do Sul; o Sete-Estrelo, para onde não devemos apontar, sob risco de nascer um panarício…
© AntGor/IlustraçãoNuma certa manhã, enquanto aguardava atendimento em agência bancária, tomou-me de surpresa uma cena raríssima hoje em dia. Sentou-se perto de mim uma jovem, de elegância à vista e que de sua bolsa puxou, em lugar do samartphone, um livro (creia-me, um livro!) de páginas já meio amareladas, e pôs-se a ler calmamente. A surpresa cresceu quando constatei, relanceando os olhos, que se tratava de uma edição em espanhol de Histórias Extraordinárias, do escritor de língua inglesa Edgar Alan Poe. Página por página, a jovem leitora entretinha-se, enquanto aguardava sua vez. No mesmo recinto, um vistoso número de pessoas cabisbaixas,…
© Skitterphoto O ano de 2022 é um ano marcante dentro a história do Brasil. Em 7 de setembro, assinala-se o bicentenário da Independência, que aconteceu em 1822, sob a gritaria de Pedro de Alcântara, o Primeiro. Celebra-se também o centenário da Semana de Arte Moderna, realizada em fevereiro de 1922. Outra comemoração festiva é o centenário da radiodifusão no território nacional. Tudo começou com a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, do icônico Roquette-Pinto, atual Rádio MEC, que fez a transmissão ao vivo das festividades do então centenário da Independência.As primeiras emissoras eram empreendimentos de grupos de empresários, como Alfredo…
Pedro Paulo PaulinoHá determinadas existências humanas, neste mundo, que mais parecem um brinquedinho da vida. Perambulou na cidade de Canindé, até poucos anos, um desses exemplares da espécie humana, sem dono e sem dono de nada e sem vida aparente. Cruzava as ruas, dobrava as esquinas, parava nas calçadas, e sorria. Quase sem palavras, como uma múmia ambulante. Sem identificação, sem mais nada. Existia, apenas.Costumava catar guimbas de cigarros atiradas na rua. Coletava latas e outros bagulhos destinados ao lixo. Suas perninhas cambotas e finas o conduziam diariamente aos mais diversos recantos da cidade. Nada pedia. Nada exigia. Existia, apenas.Viveu…
No dia oito de junho, fez quatro anos da morte do radialista Tonico Marreiro, cujo nome e bairrismo orgânico estão intrinsecamente ligados aos costumes e pessoas de Canindé. Assim sendo, relembremos uma crônica escrita em sua homenagem.Era sempre aos domingo, que se ouvia no rádio essa saudação: “Alô, meus amigos, alô, minhas amigas, cumprimenta-lhes Tonico Marreiro!”. Saudação antológica, alegre e cordial. Ao som da melodia de “Pedacinhos do céu”, estava no ar mais um programa “Fim de semana com o Tonico”. Essa saudação transformou-se em silêncio. Tonico Marreiro já se chama saudade – palavra entranhada no seu coração que por longos…