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O que há de novo
Autor: Pedro Paulo Paulino
Atuante tanto na literatura de cordel quanto na poesia erudita, com diversas conquistas em prêmios literários de âmbito nacional. Além de seu trabalho como escritor, ele também é redator e diagramador de jornais, revistas e livros, atuando dentro e fora de Canindé. Como radialista, Pedro Paulo apresenta um programa aos domingos, focado em resgatar sucessos da Velha Guarda.
Canva/Carnaval no BrasilEu jamais me arrogarei o título de folião, pois nunca, nem quando estava engrossando o cangote, botei meus pés numa folia de carnaval. Mesmo assim, tenho uma verdadeira empatia pelo período momino. Pois o carnaval inspira-me ideia de retiro, tranquilidade e sossego. É um carnaval invertido, por assim dizer. Afora isso, tenho a inexplicável impressão de pegar livros e ler com mais intensidade durante o carnaval. Para tanto, já fiz minha reserva de leituras para o período.Porém, o que quero mesmo falar é sobre a volta do carnaval, depois da pandemia, quando o mundo inteiro pareceu ter fechado…
Burak Kara/Getty ImageNo começo desta semana o mundo amanheceu chocado com a catástrofe que ceifou milhares de vidas na Turquia e na Síria. A segunda-feira, seis de fevereiro de 2023, entra para história como um daqueles dias fatídicos nas efemérides da humanidade. Cidades inteiras, com seus habitantes, de um minuto para outro foram transformadas em escombros. Um cenário de destruição apocalíptico. Famílias soterradas. Milhares de feridos e desabrigados. Outros milhares desaparecidos. No momento em que escrevo esta crônica, há informação de que na Turquia e na Síria já chegam a vinte mil as mortes causadas pelo terremoto que atingiu violentamente…
© Getty Images/iStockphotoDiante da repugnância e da revolta da sociedade brasileira nos dias de hoje ao ver estampados na mídia os casos bárbaros de prostituição infantil, leia com atenção esse trecho de uma crônica que recolhi:“Não sei que jornal, há algum tempo, noticiou que a polícia ia tomar sob sua proteção as crianças que aí vivem, às dezenas, exploradas por meia dúzia de bandidos. Quando li a notícia, rejubilei. Porque, há longo tempo, desde que comecei a escrever, venho repisando esse assunto, pedindo piedade para essas crianças e cadeia para esses bandidos.As providências anunciadas não vieram. Parece que a piedade…
© Pedro Paulo PaulinoEntre as imagens mais atraentes da natureza, vi uma no meu quintal numa manhã deste ano: a floração do mandacaru. As flores brancas e puras se abriram ao longo dos pés do cacto, à semelhança de girassóis espalmados, acenando para a luz do dia. E logo uma multidão de abelhas e outros insetos rondavam aquelas pétalas voluptuosas, cheias de néctar e beleza. Depois os colibris e outros passarinhos cortejavam alegres as mesmas flores, numa orgia providencial, visto que toda essa fauna é responsável, entre outras coisas, pela proliferação do mandacaru dentro da caatinga.Afora o vento, os insetos…
Carlos Silva/ArquivoOuvir o trovão no mês de janeiro, gemendo na concha acústica celeste, é a melodia mais encantadora e festiva para o sertanejo. São notas musicais promissoras, que a um só tempo evocam também as mais gratas e antigas lembranças.Bastaram as primeiras gotas caídas do céu, recentemente, para a caatinga começar a tingir-se de verde, realçando o poder e a resistência da terra. A flora ressuscita dos longos dias calcinada pela soalheira. Como fênix, a mata desabrocha, trajando a vestimenta cor de esmeralda. De cada planta nativa despontam folhas novas, numa explosão de vida por todo canto. A catingueira desperta…
© Divulgação/Casa da MoedaA imprensa noticiou esta semana um caso, no mínimo, sui-generis em matéria de sorte. Um apostador da cidade de Cajazeiras, na Paraíba, acertou as seis dezenas da loteria que sorteou centenas de milhões de reais na virada do ano. Acertou e perdeu. Unicamente porque a aposta não foi encerrada. A mãe do pequeno Pedro Henrique pediu ao filho, de apenas dez anos, que marcasse seis dezenas no bilhete da Mega-Sena. Pedro marcou 04, 05, 10, 34, 58, 59. Batata! À noite, foram exatamente esses os numerais sorteados. Mas Pedro perdeu, pois a aposta, simplesmente, não foi concluída.…
© Divulgação/freepik O próximo domingo será um dia de reinício quase total das coisas. Sábado encerra a semana, o mês e o ano. E tudo recomeça no domingo, o primeiro dia da semana, conforme a contagem do tempo através de diversos povos, e da bíblia. Recomeçam a semana, o mês e o ano. Na meia-noite de sábado, zera-se o cronômetro, para iniciar nova maratona: a corrida de 2023, faltando apenas mais dois anos para fechar o primeiro quartel do século vinte e um, que a bem dizer começou ontem.Até início dos anos noventa do século passado, o novo século e o…
Foto: Pedro Paulo PaulinoEm várias paragens deste sertão imenso, uma novidade que se repete por este período do ano e aguardada com expectativa é a safra de mangas. Entre dezembro e janeiro acontece a alta estação dessas frutas sazonais e saborosas. As mangueiras frondosas encontram-se especialmente plantadas no leito ou margem de rios e riachos secos a maior parte do ano, porém férteis. Ao contrário da maioria de outras plantas, estas frutificam mesmo na ausência de chuvas – e frutificam sempre em abundância.As espécies mais comuns são a manga maracá, a manguita e a jordão. Há, todavia, entre todas a…
O dia 15 de dezembro é dedicado ao jornaleiro. Essa profissão já foi varrida do mapa, visto que os jornais impressos estão com seus dias contados, com o advento das mídias digitais. Mas o jornaleiro deixou sua marca registrada na memória de muita gente. Foi motivo até de canções nas vozes de grandes cantores de outrora. Exemplo é a Canção do jornaleiro, sucesso de Wanderley Cardoso.Na cidade de Canindé, ficou na história o jornaleiro conhecido como Boió. Seu nome verdadeiro e suas origens são uma incógnita. Mas com essa alcunha e com sua profissão, ele tornou-se conhecido das gerações dos anos sessenta…
© DivulgaçãoOs almanaques populares já foram uma das principais atrações nas povoações interioranas. Neste período do ano, tinha início a procura por esse tipo de publicação, geralmente impressos em papel ordinário e em pequenas tipografias. Um dos mais tradicionais e de mais longa existência foi o Almanaque O Juízo do Ano, de autoria de Manoel Caboclo e Silva. No formato de folheto de cordel, com 24 ou 32 páginas, era impresso em Juazeiro do Norte e distribuído para diversas cidades do Ceará e até de estados vizinhos, através de folheteiros que os comercializavam em feiras livres. Antes que o homem do…