A partir de 1º de novembro, consumidores com dívidas em atraso poderão negociar valores com condições especiais no Mutirão de Negociação e Orientação Financeira. A iniciativa, que conta com mais de 160 instituições financeiras, permite renegociar débitos como cartão de crédito, cheque especial e consignado, com possibilidade de descontos, parcelamentos e taxas reduzidas. A ação reforça o papel do setor bancário na recuperação de crédito e no combate ao superendividamento, em um momento de taxa de inadimplência ainda elevada no país.
Para o mercado, o mutirão representa não só um instrumento de alívio financeiro imediato para as famílias, mas também uma medida de estímulo à reativação do consumo com menor risco. Na última edição, realizada em março, mais de 1,4 milhão de contratos foram renegociados. A adesão robusta demonstra a demanda reprimida por renegociação e o impacto positivo que esse tipo de ação pode ter na qualidade da carteira das instituições.
O processo de negociação pode ser feito diretamente com os bancos ou via plataforma Consumidor.gov.br, desde que o consumidor possua conta Prata ou Ouro. Para casos mais complexos, como o de pessoas superendividadas, os Procons municipais assumem papel central na elaboração de planos de pagamento. Além disso, o mutirão reforça a frente de educação financeira, com apoio do Banco Central e da Febraban, oferecendo ferramentas para planejamento e controle orçamentário.
A estimativa é de que a edição de novembro impulsione a regularização de dívidas e melhore os indicadores de crédito no último trimestre do ano. O movimento interessa diretamente ao sistema financeiro, que busca reduzir provisões para perdas com inadimplência e ampliar sua base de clientes ativos e adimplentes. Para o investidor, trata-se de uma sinalização de saúde do sistema e de avanço na governança do relacionamento com o consumidor.