O mês de outubro orgulha-se por reservar em seu transcurso duas datas comemorativas de forte apelo emocional e profunda simpatia. Em 12 de outubro, comemora-se o Dia da Criança; e em 15, o Dia do Professor. Que a primeira efeméride venha antes, faz sentido. Afinal, o pupilo é que depende do seu mestre. E tão estreita é a relação entre ambas, que apenas dois dias separam uma data da outra.
Na festa em homenagem às crianças, os adultos, inclusive os alistados na chamada terceira idade, aproveitam para tirar uma casquinha e comemorar a ocasião relembrando que um dia foram também crianças. De modo tal que, hoje em dia, nas redes sociais da internet, para justificar, é comum usuários trocarem temporariamente a foto do perfil por uma imagem retratando sua infância. A prática deve amenizar, por alguns momentos, a saudade; ou por outra, dar mais sustentação à nostalgia dos tempos em que se era feliz sem saber.
Já as celebrações em torno do dia dedicado ao Professor acontecem em ampla escala, com o objetivo de reforçar em todos nós a importância do profissional responsável por ministrar a educação, disciplina, instrução e boas regras de convívio para todos os demais profissionais de todas as áreas, da mais humilde à mais elevada. Afinal de contas, o professor é o alicerce e a pilastra do conhecimento em todo o seu amplo espectro, conhecimento paulatinamente por ele transmitido em sala de aula durante as diversas etapas escolares, da Educação Infantil à Colação de Grau.
Do nosso primeiro dia de escola, ainda no alvorecer da existência, até completar todo o ciclo da vida estudantil, o professor é quem nos acompanha de perto, alimentando-nos o espírito com o pão do aprendizado, satisfazendo-nos a curiosidade quase insaciável própria da idade pueril, auxiliando-nos em nossa formação moral durante a puberdade e adolescência, preparando-nos passo a passo para o futuro e para o sucesso na maturidade. Deve ser por isso que, no dia dedicado ao Professor, nossa memória, quase instintivamente, remete-nos sempre ao tempo de nossos primeiros mestres e primeiras mestras, de quem guardamos a mais lúdica e meiga recordação.
Durante toda a trajetória, da pré-escola à especialização profissional, um conjunto de professores contribuiu com sua capacidade, inteligência e verdadeiro amor à vocação, para o êxito de um contingente de estudantes que, por meio do ensino, alcançam o caminho da realização pessoal. Dedicado e amigo, o professor doa-se em nome do magistério e da sociedade, fazendo de sua escolha uma profissão de fé por toda a vida.
Acompanha-nos em todas as etapas, da infância à idade adulta. E, ao passo que vamos crescendo e amadurecendo, nossos mestres e mestras seguem caminhando sempre mais à frente, avançando na marcha da idade, em direção inexorável ao horizonte cinzento da velhice, cabelos brancos, corpo alquebrado, depois de legar a uma geração inteira o tesouro inestimável do conhecimento e do aprendizado. E velhos se tornam, a ponto de voltar, novamente, a ser criança.