A prévia da inflação ficou em -0,14% em agosto, após 0,33% em julho. É o menor resultado desde setembro de 2022 (-0,37%) e o primeiro negativo desde julho de 2023 (-0,07%). No ano, o IPCA-15 acumula 3,26% e, em 12 meses, 4,95%, abaixo dos 5,30% observados anteriormente, segundo o IBGE.
Habitação caiu 1,13% e tirou 0,17 ponto do índice, com energia elétrica residencial em queda de 4,93% e maior impacto individual (-0,20 p.p.). A conta de luz refletiu o Bônus de Itaipu e reajustes regionais, apesar da bandeira vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 a cada 100 kWh. Alimentação e bebidas recuou 0,53% pelo terceiro mês seguido, com deflação no domicílio de 1,02% (manga, batata, cebola, tomate, arroz e carnes em queda). Transportes viraram de 0,67% para -0,47%, com passagens aéreas (-2,59%), automóvel novo (-1,32%) e gasolina (-1,14%) ajudando. Comunicação também cedeu (-0,17%). No lado de altas, avançaram Despesas pessoais (1,09%), Saúde e cuidados pessoais (0,64%), Educação (0,78%), Vestuário (0,17%) e Artigos de residência (0,03%).
A leitura benigna da prévia reduz pressão sobre a inflação corrente e ajuda a ancorar expectativas, favorecendo a queda dos prêmios na curva de juros. Isso tende a beneficiar ações mais sensíveis ao juro doméstico, como varejo e construção, e melhora a marcação a mercado de títulos prefixados e IPCA+. Para as famílias, a queda de energia, combustíveis e itens in natura alivia o orçamento no curto prazo, enquanto serviços e itens administrados seguem no radar.
São Paulo foi a única área no positivo (0,13%), com pressão de cursos regulares e higiene pessoal. Belém registrou a maior queda (-0,61%), influenciada por energia elétrica e gasolina.