O Ceará registrou redução de 59,5 mil toneladas na estimativa de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em julho, na comparação com junho. O recuo coloca o estado entre as maiores quedas do mês no Nordeste, região que foi a única do país a apresentar variação mensal negativa (-0,1%). Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje (14) pelo IBGE.
Apesar do resultado cearense, o Brasil caminha para uma safra recorde em 2025: 340,5 milhões de toneladas, alta de 16,3% em relação a 2024 (mais 47,7 milhões de t). Ante junho, a estimativa avançou 2,1% (mais 7,1 milhões de t). A área a ser colhida deve somar 81,2 milhões de hectares, crescimento de 2,7% frente a 2024 e leve alta de 0,1% na comparação mensal.
Segundo o gerente do LSPA, Carlos Barradas, a estimativa de julho é a maior da série histórica do IBGE. Ele atribui o salto aos investimentos dos produtores, com ampliação de área e tecnologia, estimulados por preços favoráveis no plantio das 1ª e 2ª safras, além de clima favorável na maior parte do país. “Os problemas climáticos mais sérios foram verificados somente no Rio Grande do Sul”, disse.
Soja, milho, arroz e algodão sustentam a alta. Em julho, frente a junho, cresceram as projeções de soja (165,5 milhões de t), milho (137,6 milhões de t), arroz em casca (12,5 milhões de t) e algodão em caroço (9,5 milhões de t). Juntos, arroz, milho e soja respondem por 92,7% da produção estimada e 88,0% da área colhida. Na comparação com 2024, devem aumentar as colheitas de algodão (7,1%), arroz (17,7%), feijão (0,4%), soja (14,2%), milho (19,9%, com 14,1% no milho 1ª safra e 21,4% no milho 2ª safra), sorgo (23,6%) e trigo (2,3%).
Em relação a junho, houve altas nas projeções de sorgo (13,5%), milho 2ª safra (5,7%), castanha de caju (4,0%), uva (2,1%), aveia (2,0%), algodão (1,6%), arroz (1,5%), cevada (0,6%), milho 1ª safra (0,6%), feijão 2ª safra (0,3%) e soja (0,2%). Caíram feijão 1ª safra (-6,7%), tomate (-6,7%), feijão 3ª safra (-5,2%) e trigo (-3,4%).
Mato Grosso segue líder nacional, com 32,4% da produção estimada, à frente de Paraná (13,4%), Goiás (11,4%), Rio Grande do Sul (9,5%), Mato Grosso do Sul (7,5%) e Minas Gerais (5,6%). Por região, o Centro-Oeste concentra 51,5% da safra, seguido por Sul (25,1%), Sudeste (8,9%), Nordeste (8,2%) e Norte (6,3%).