A taxa de desocupação no Brasil caiu para 5,8% no trimestre de abril a junho de 2025, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (31) pelo IBGE. É o menor índice já registrado desde o início da série histórica da PNAD Contínua, em 2012. A queda foi de 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (7,0%) e de 1,1 p.p. em comparação com o mesmo período de 2024 (6,9%).
A melhora no mercado de trabalho é acompanhada de recordes históricos em outros indicadores, como o nível da ocupação (58,8%), a taxa de participação na força de trabalho (62,4%) e o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que chegou a 39 milhões de pessoas.
Desocupação recua e ocupação avança
O número de pessoas desocupadas foi estimado em 6,3 milhões, uma redução de 17,4% em relação ao trimestre anterior (menos 1,3 milhão) e de 15,4% frente ao mesmo período de 2024.
Já a população ocupada atingiu 102,3 milhões, um crescimento de 1,8% no trimestre e de 2,4% em 12 meses (acréscimo de 2,4 milhões de trabalhadores).
Taxa de subutilização e desalento também caem
A taxa composta de subutilização da força de trabalho recuou para 14,4%, uma queda de 1,5 p.p. em relação ao trimestre anterior e de 2,0 p.p. na comparação anual.
O número de desalentados (aqueles que desistiram de procurar emprego) caiu para 2,8 milhões, o menor contingente desde 2016. A redução foi de 13,7% no trimestre e de 14,0% em relação a abril-junho de 2024.
Informalidade em queda e emprego com carteira em alta
A taxa de informalidade foi de 37,8%, a segunda menor da série, totalizando 38,7 milhões de trabalhadores informais. Apesar da alta no número de trabalhadores sem carteira (13,5 milhões) e por conta própria com CNPJ, a formalização avançou.
O total de trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceu 0,9% no trimestre e 3,7% em 12 meses, chegando ao recorde de 39 milhões de pessoas.
Serviços públicos puxam crescimento da ocupação
Dos dez grupamentos de atividade analisados, apenas Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais registrou crescimento frente ao trimestre anterior, impulsionado principalmente pela área de Educação.
Na comparação anual, cinco grupamentos apresentaram aumento na ocupação:
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Indústria geral: +615 mil (+4,9%)
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Comércio e reparação de veículos: +561 mil (+3,0%)
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Transporte e armazenagem: +331 mil (+5,9%)
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Informação e serviços administrativos: +483 mil (+3,8%)
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Administração pública e serviços sociais: +680 mil (+3,7%)
Rendimento médio e massa salarial batem recordes
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi de R$ 3.477, o maior da série. O valor representa alta de 1,1% no trimestre e 3,3% na comparação anual.
A massa de rendimento real atingiu R$ 351,2 bilhões, novo recorde, com avanço de 2,9% no trimestre (R$ 9,9 bilhões) e de 5,9% no ano (R$ 19,7 bilhões).
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa, “o crescimento da ocupação aliado à elevação do rendimento médio explica os recordes alcançados”.