A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2025 deve alcançar um novo recorde, com produção estimada em 333,3 milhões de toneladas. O volume representa crescimento de 13,9% em relação a 2024, o equivalente a 40,6 milhões de toneladas a mais, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo IBGE.
A área a ser colhida também será maior, com 81,2 milhões de hectares, alta de 2,7% frente ao ano passado. O aumento na produção é resultado da combinação entre maior área plantada e ganhos de produtividade nas principais culturas. De acordo com o gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), Carlos Barradas, o clima favorável em praticamente todo o país, exceto no Rio Grande do Sul, impulsionou o desempenho das lavouras.
A produção de milho deve alcançar 131,4 milhões de toneladas, seguida por aumentos no café canephora, cevada e algodão. Juntas, as culturas de arroz, milho e soja concentram 92,6% da produção nacional e 88% da área colhida. Em relação a 2024, o IBGE projeta alta na produção de algodão (5,3%), arroz (16%), feijão (4,2%), soja (13,9%) e milho (14,6%).
Na comparação mensal, frente a maio, também houve variações positivas importantes, com destaque para a cevada (30,3%), o café canephora (10,8%) e o milho (alta de 0,4% na segunda safra). Em sentido oposto, o trigo e o feijão (1ª e 2ª safras) tiveram redução nas estimativas.
Entre os estados, Mato Grosso se mantém como líder na produção de grãos, com 31,5% do total nacional. Paraná (13,6%), Goiás (11,6%), Rio Grande do Sul (9,7%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Minas Gerais (5,5%) completam a lista dos maiores produtores. Somados, representam 79,5% da safra brasileira.
Todas as regiões do país apresentaram variações anuais positivas: Centro-Oeste (17,5%), Sul (8,2%), Sudeste (14,7%), Nordeste (9,2%) e Norte (15,2%). Em relação a maio, Norte, Nordeste e Sul registraram aumento na estimativa de produção, enquanto Sudeste e Centro-Oeste mantiveram os números estáveis.
Implantado em 1972, o LSPA acompanha mensalmente a produção agrícola nacional e é referência para o monitoramento de área, volume colhido e produtividade das culturas de maior relevância econômica e social. A próxima divulgação, referente ao mês de julho, está prevista para 14 de agosto.