Depois de semanas de estabilidade, as tensões comerciais voltaram a rondar os mercados globais. Nesta segunda-feira (7), o Ibovespa encerrou o dia em queda de 1,26%, aos 139.489,70 pontos, impactado por temores em relação à nova política tarifária dos Estados Unidos.
O movimento foi impulsionado por declarações do presidente norte-americano, Donald Trump, que, durante a reunião de cúpula do Brics no Rio de Janeiro, ameaçou impor taxas extras a produtos de países alinhados ao grupo, que atualmente conta com 11 nações, entre elas Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O alerta foi publicado por Trump em seu perfil na rede social Truth Social.
Além disso, o governo dos EUA anunciou uma tarifa de 25% sobre importações do Japão e da Coreia do Sul, com início em agosto, e notificou outros 12 países sobre possíveis medidas comerciais semelhantes.
O especialista em investimentos da Nomad, Bruno Shahini, avaliou que as novas ameaças afetam diretamente o sentimento do mercado. “O risco em relação à política tarifária global, que havia recuado e contribuído para a recuperação das bolsas em junho, volta a impactar negativamente os ativos. Isso levou à queda das principais commodities e à valorização do dólar frente a moedas de países emergentes e desenvolvidos”, afirmou.
Oscilação do índice
O Ibovespa oscilou entre 141.341,74 pontos na máxima e 139.294,84 pontos na mínima do dia. O volume financeiro negociado na B3 foi de R$ 17,2 bilhões.
A expectativa é de que o cenário siga volátil nos próximos dias, à medida que os desdobramentos das medidas anunciadas por Trump forem melhor avaliados pelos agentes econômicos.